terça-feira, 25 de novembro de 2008

ARTISTAS PARA ATIVIDADE

VAN GOGH, nascido a 30 de março de 1853, em Groot-Zundert, pequena cidade holandesa, viveu a angústia das questões internas de que, na época, consideradas como loucura, pouco se sabia. Nada se podia fazer para aliviar e mesmo curar tais tipos de sofrimento. O legado de Van Gogh, dentro da pintura, é colocado nas suas pinceladas fortes, nas relações entre cores tão luminosas e exuberantes, tão significativas. Elas traduzem para quem os olha toda a vibração do tempo, da simplicidade dos camponeses, do barulho do vento no campo ou do silêncio do quarto vazio, ao mesmo tempo vibrante e colorido (O Quarto, 1888, 74x92 cm, óleo sobre tela). Existe em toda a sua obra uma preocupação pictórica intensa, um envolvimento e um compromisso artístico que fazem de Van Gogh uma das referências mais importantes no mundo da arte mundial. Em virtude de seu sofrimento, suicidou-se em 1890, em Auvers, cidade próxima a Paris, aos trinta e sete anos de idade.

PABLO PICASSO, espanhol nascido em Málaga, em 1881, é considerado um dos maiores pintores do século XX, exatamente como um marco de mudança dentro da pintura, desde o Renascimento. “Durante 500 anos, desde o início da Renascença Italiana, os artistas tinham sido guiados pelos princípios da perspectiva matemática e científica, de acordo com os quais, o artista via seu modelo ou objeto de um único ponto de vista estacionário. Agora, é como se Picasso tivesse andado 180 graus em redor do seu modelo e tivesse sintetizado suas sucessivas impressões numa única imagem” (GOLDING, 1991, p.40). Seu trabalho, despojado de regras pré-concebidas, é único e revolucionário. Com seu quadro Les Demoiselles d’ Avignon (1907, 224 x 234 cm, óleo sobre tela) quebrou todos os conceitos de perspectiva que ocorriam até então, criando distorções das figuras como se pudessem ser vistas ao mesmo tempo sob vários ângulos.
A partir desse momento, as novas transformações, dentro da arte, não pararam de surgir, com influência também na escultura, na literatura e na música. Picasso teve uma produção intensa, não só como pintor, mas, também, como escultor, ceramista e gravador. Picasso morreu em 8 de abril de 1973, aos 91 anos.

TARSILA DO AMARAL, artista brasileira nascida em Capivari, Estado de São Paulo, em 1886, foi uma importante pintora no Modernismo, buscando, sem preconceitos, novas formas de expressão e participando ativamente das importantes transformações e valorização de uma arte genuinamente brasileira. Além da visão como artista, deve-se também considerar a “Tarsila - mulher, alvo de cartas anônimas, homenagens não reveladas por admiradores secretos, a mulher que a todos causava admiração por sua simplicidade sonhadora...” (AMARAL, 1975, p.XIIII). A partir da Semana de 22, exposição de importância marcante para o desenvolvimento da Arte Brasileira, foi que Tarsila optou realmente por novos horizontes, dentro da arte, abandonando pensamento acadêmico. Junto a Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Mário de Andrade e Menotti Del Pichia fez algumas excursões pelo Brasil. “O que viu e descobriu ficou registrado. Paisagens brasileiras com casarios, estradas de ferro e pessoas humildes passaram então a fazer parte de sua obra” (ARANHA, ACEDO, p.16) (E.F.C.B. - (Estrada de Ferro Central do Brasil), 1924, óleo sobre tela, 124 X 127 cm). Outras obras mostram figuras imaginárias no meio de paisagens coloridas (Abaporu, 1928, óleo sobre tela, 85 X 73 cm) e outras, a dura realidade dos brasileiros (Operários, 1933, óleo sobre tela, 150 X 205 cm). Além das pinturas, seus desenhos são de uma “singelidade” e poesia incomparáveis. Deixando um grande acervo, morreu em São Paulo, aos 87 anos, em 17 de janeiro de 1973.

LUDWIG VAN BEETHOVEN, nasceu em Bonn, na Alemanha, em 17 de dezembro de 1770. É considerado um dos mais importantes compositores de que se tem notícia. Teve uma vida conturbada não só pela sua doença, mas, também, por sua personalidade forte. Teve como referência no seu aprendizado, Mozart e Haydan. Beethoven seguiu seu próprio caminho de criação, fazendo transparecer dentro de suas sinfonias a intensidade das emoções humanas. A música, disse Beethoven, é “uma revelação mais alta do que a filosofia.” Quando Beethoven percebeu que estava ficando surdo, este fato quase o levou à loucura. Mais tarde, quando já completamente sem audição e ouvindo apenas os sons em seu cérebro, Beethoven aprofundou mais fortemente seu pensamento musical, compondo nessa época, entre outros trabalhos, a Nona Sinfonia, que ele mesmo nunca executou e nem ouviu. Até o último instante, tentou compor, planejando desenvolver as anotações que tinha para a sua décima sinfonia. Morreu de cirrose, em 26 de março de 1827, aos 57 anos.

ADONIRAN BARBOSA, nasceu em Valinhos, São Paulo, em 6 de julho de 1912, e foi um dos maiores sambistas e poetas populares da cidade de São Paulo. Seu nome verdadeiro era João Rubinato, mas escolheu Adoniran Barbosa como pseudônimo.
Adoniran, em homenagem a um amigo de boemia, e Barbosa, que foi extraído do nome do sambista Luiz Barbosa, a quem João Rubinato muito admirava. Além de compositor e cantor, fez humorismo, rádio - teatro, telenovelas e cinema. Em 1973, passou a ser reconhecido e respeitado como grande compositor, quando gravou seu primeiro disco.
Compôs sucessos inesquecíveis, como Saudosa Maloca, Trem das Onze e Samba do Ernesto. A mistura da vivência caipira e suas raízes, como filho de imigrantes italianos, era motivo de orgulho e peculiaridade na personalidade de Adoniran. Percorrer seu trabalho é como percorrer as ruas de São Paulo. O amor que tinha por essa cidade e, principalmente, pelo bairro do Bixiga, foram características que traçam toda a sua composição, retratando, com humor e humanidade, pessoas e situações do cotidiano, como ninguém nunca o fez. Ele mesmo, como seus personagens, foi um tipo inesquecível que viveu com simplicidade e humor. Faleceu em 23 de novembro de 1982 em São Paulo.
TEXTO 2
VINCENT VAN GOGH (Holanda, 1853- 90).

Informações extraídas do site: www.uol.com.br/bienal/24bienal/enuhvangogh01htm

É considerado o artista pós - impressionista de maior importância, ao lado de Gaugin e Cézanne. Seus primeiros trabalhos retratavam cenas de camponeses e trabalhadores.
Comedores de Batatas, de 1885, é um exemplo significado da identificação do artista com os pobres da zona rural dessa época. Em 1886, mudou-se para Paris, onde pintou Café Noturno, que revela seu interesse pelo uso expressivo e simbólico da cor exagerada.
Naquele mesmo ano, mudou-se para Arles, onde produziu mais de 200 obras, em 15 meses. Assombrado, durante toda a sua, por períodos debilitantes de depressão, em maio de 1889, deu entrada em um asilo, em St. Remy. Ele produziu alguns de seus mais famosos quadros durante esse ano, incluindo Noite Estrelada e Campo de Trigo com Ciprestes. Em 1890, mudou-se para Auvers-sur-oise a fim de ficar perto de seu irmão Theo, que, ao longo de toda a vida do artista, foi sua fonte de apoio emocional e financeiro. O artista continuou a pintar intensamente durante os dois meses seguintes.
Finalmente, sucumbindo à sua profunda depressão, suicidou-se, em 29 de julho de 1890.



“O que faz de Van Gogh um Van Gogh”?

1. Van Gogh colocava cores complementares lado alado, para realçar sua força.
2. Ele aplicava grossas camadas de tinta.
3. Van Gogh criava sombras e reflexos com uma mistura de cores, e não apenas com o preto.
4. Suas pinceladas eram vigorosas e formavam desenhos fortes.
5. Van Gogh contornava suas figuras para fazê-las sobressair do fundo. (MUHLBERGER, 2000, p48)




EXCERTOS DE CARTAS DE VINCENT VAN GOGH:

O QUARTO. 1888

Á Theo, segunda quinzena de outubro de 1988.
(554 p.86- Coleção V.W. van Gogh, Laren, Holanda)


“Desta vez, é simplesmente o meu quarto apenas aqui a cor deve fazer tudo, e dar, pela sua simplificação, um estilo maior às coisas, ser sugestiva aqui ou do repouso, ou do sono em geral. Numa palavra, a contemplação do quadro deve repousar a cabeça, ou melhor, a imaginação.
As paredes são violeta pálido. O chão é de ladrilhos vermelhos.
A madeira da cama e das cadeiras é o amarelo da manteiga fresca, o lençol e travesseiros são de um verde-limão muito claro.
A colcha é vermelho escarlate. A janela, verde.
A mesa de cabeceira, laranja; a bacia, azul.
As portas, lilás.
E é tudo – não há nada neste quarto de janelas fechadas.
As amplas linhas dos móveis devem, novamente, expressar o repouso imperturbável. Retratos nas paredes, um espelho e uma toalha, algumas roupas.
A moldura – como não há branco – será branca.
Isso é uma forma de vingança do repouso forçado que fui obrigado a fazer. Vou trabalhar nele ainda o dia todo de amanhã, mas você vê como é simples a concepção. As sombras e as sombras projetadas são eliminadas; o quadro é pintado com tintas e diretas, como as gravuras japonesas. Vai ser um contraste com, por exemplo, a diligência de Tarascon e o café noturno.

(GOGH, 1988, apud, CHIPP, 1996, pp37, 38).







TEXTO 3

TARSILA DO AMARAL (1886 – 1973):
Informações extraídas do site: www.tarsiladoamaral.com.br

Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha de José Estanislau do Amaral e Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Era neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário”, em razão da imensa fortuna que acumulou, abrindo fazendas no interior de São Paulo. Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas, nas quais Tarsila passou a infância e a adolescência.
Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e completou seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pintou seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos. Casou-se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve sua única filha, Dulce.
Separou-se dele e começou a estudar escultura, em 1916, com Zadig e Mantovani, em São Paulo. Posteriormente, estudou desenho e pintura com Pedro Alexandrino. Em 1920, embarcou para a Europa, objetivando ingressar na Academie Julian, em Paris.
Freqüentou também o ateliê de Émile Renard. Em 1922, teve uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano, regressou ao Brasil e se integrou com os intelectuais do grupo modernista. Fez parte do “grupo dos cinco”, juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Nessa época, começou o seu namoro com o escritor Oswald de Andrade.
Embora não tenha sido participante da “Semana de 22”, integrou - se ao Modernismo que surgia no Brasil, visto que, na Europa estava fazendo estudos acadêmicos.
Voltou à Europa em 1923 e teve contato com modernistas que lá se encontravam: intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estudou com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Manteve estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco – suíço que visitou o Brasil em 1924. Iniciou a sua pintura “pau-brasil”, dotado de cores e temas acentuadamente brasileiros. Em 1926, expôs em Paris, obtendo grande sucesso. Casou-se no mesmo ano com Oswald de Andrade. Em 1928, pintou o “Abaporu” para dar de presente de aniversário a Oswald, que se empolgou com a tela e criou o Movimento Antropofágico. É desse período a fase antropofágica da sua pintura. Em 1929, expôs individualmente, pela primeira vez, no Brasil. Separou-se de Oswald, em 1930.
Em 1933, pintou o quadro “Operários” e deu início à pintura social no Brasil. No ano seguinte, participou do I Salão Paulista de Belas Artes. Passou a viver com o escritor Luís Martins, por quase vinte anos, de meados dos anos 30 a meados dos anos 50. De 1936 a 19952, trabalhou como colunista nos Diários Associados.
Nos anos 50, voltou ao tema “pau Brasil”. Participou em 1951 da I Bienal de São Paulo. Em 1963, teve sala especial na VII Bienal de São Paulo e, no ano seguinte, participou especial na XXXII Bienal de Veneza. Faleceu em “São Paulo, no dia 17 de janeiro de 1973.”
Curiosidade: “Abaporu” foi o quadro brasileiro de maior valor vendido até hoje. Seu preço alcançou US$ 1.500.000, e foi comprado pelo banqueiro argentino Eduardo Costantini.



Atelier de Oswald de Andrade para Tarsila, publicado em “Pau Brasil”, em 1925:




Caipirinha vestida por Poiret
A preguiça paulista reside nos teus olhos
Que não viram Paris nem Piccadilly
Nem as exclamações dos homens
Em Sevilha
À tua passagem entre brincos
Locomotivas e bichos nacionais
Geometrizam aas atmosferas nítidas
Congonhas descora sobre o pálio
Das procissões de Minas
A verdura no azul klaxon
Cortada
Sobre a poeira vermelha
Arranha – céus
Fordes
Viadutos
Um cheiro de café
No silêncio emoldurado.



TEXTO 4

PABLO PICASSO (1881 – 1973)

Informações extraídas do site: www.theart.com.br



Pablo Picasso, o artista mais famoso, e também o mais versátil do século 20, nasceu em Málaga, no sul da Espanha, em 25 de outubro de 1881. O pai era professor de desenho, portanto, o óbvio talento de Picasso foi reconhecido desde cedo e, aos quinze anos, tinha já seu próprio ateliê.
Após um falso início como estudante de arte em Madri e um período de boemia em Barcelona, Picasso fez a sua primeira viagem a Paris, em outubro de 1900. A cidade continuava sendo a capital artística da Europa e foi lar permanente do artista, desde abril de 1904, quando ele, mudou-se para o prédio apelidado de Bateau – Lavoir (Barco – Lavanderia), em Mont – martre, a partir daí o novo centro da arte e da literatura vanguardista.
Durante esse período, o trabalho de Picasso foi relativamente convencional, passando de uma Fase Azul, melancólica (1901-05) para a Fase Rosa, mais alegre e delicada (1905). A mudança de estado de espírito pode ter-se originado, em parte, pela sua ligação com Fernande Olivier, seu primeiro grande amor. Na vida de Picasso, as mulheres e a arte estão inextricavelmente misturadas; o surgimento de uma nova mulher freqüente sinalizava uma mudança de direção artística.
Embora os trabalhos de Picasso estivessem começando a ter sucesso comercialmente, ele decidiu abandonar seu estilo “Rosa”. Em 1907, inspirado pelas esculturas ibéricas e africanas, pintou Les Demoiselles d’Avignon, um dos grandes trabalhos libertadores da arte moderna.
Divertindo-se com uma nova liberdade pictória, Picasso, junto com o pintor francês George Braque, criou o Cubismo, em que o mundo visível era desconstruído em seus camponeses geométricos. Este foi, comprovadamente, o momento decisivo em que se estabeleceu um dogma fundamental da arte moderna – o de que o trabalho do artista não é cópia nem ilustração do mundo real, mas um acréscimo novo e autônomo. Graças ao Cubismo, a liberdade do artista estendeu-se também aos materiais, de forma que os meios tradicionais como a pintura e a escultura, puderam ser suplementados ou substituídos por objetos colados nas telas, ou “montagens” de itens construídos ou “achados”.
Ao contrário de alguns contemporâneos seus Picasso nunca chegou a criar uma arte puramente abstrata. De fato, sua versatilidade o mantinha um salto adiante de seus admiradores, muitos dos quais se surpreenderam quando ele voltou a pintar figuras mais convencionais E depois no início da década de 1920, desenvolveu-se um estilo neoclássico monumental. Coincidentemente ou não, em 1918 se casara com a bailarina Olga Koklova, e adotara um estilo de vida exageradamente próspero e respeitável, mas que ele achava cada vez mais aborrecido.
Em 1925, Picasso começou a pintar formas deformadas, violentamente expressivas, que eram, em parte, uma resposta às suas dificuldades pessoais. A partir dessa época, seus trabalhos se tornaram cada vez mais multiformes, empregando – e inventando – uma variedade de estilos como nenhum outro artista havia tentado antes. Foi também um escultor criativo (algumas autoridades o consideram o maior expoente da arte no século 20), e, mais tarde, dedicou-se à cerâmica, com grande entusiasmo. Em qualquer veículo que se expressasse, sempre foi imensamente prolífero, criando em toda a sua vida milhares de obras.
No final da década de 1930, quando o impulso criativo de Picasso parecia finalmente estar enfraquecendo, os acontecimentos o levaram a criar o seu quadro mais famoso.
Guernica foi uma resposta direta aos horrores da Guerra Civil Espanhola. O conflito começou em julho de 1936 com um golpe militar liderado pelo General Francisco Franco, representando os elementos fascistas, tradicionalistas e clericais do país, contra a República Espanhola e seu governo eleito da Frente Popular (centro – esquerda).
Ao estourar a guerra, Picasso imediatamente declarou seu apoio à República, levantando enormes quantias em prol da causa e aceitando pintar um grande mural para o pavilhão espanhol na Exposição Internacional de 1937, em Paris. Ainda não havia começado, quando soube que, em 26 de abril de 1937, aviões nazistas, enviados por Hitler para ajudar Franco, tinham bombardeado e arrasado a cidade basca de Guernica.
Picasso pôs-se imediatamente a trabalhar nos esboços preliminares Para Guernica e depois pintou a enorme tela em cerca de um mês (maio/junho de 1937). Ela foi a expressão máxima não só do sofrimento espanhol como do impacto devastador dos armamentos modernos de guerra sobre suas vítimas, em todas as partes do mundo.
Apesar de tudo, os republicanos perderam a guerra civil, e Picasso ficou exilado da sua terra natal para o resto de sua longa vida. Durante a Segunda Guerra Mundial, ele ficou na Paris ocupada pelos alemães, proibido de expor, mas, sem que ninguém o molestasse, seriamente.
Depois da libertação de Paris, Picasso ingressou no Partido Comunista, e durante alguns anos, certas obras suas foram declaradamente políticas: mas ela era também uma celebridade internacional, residindo na região aonde os ricos iam se divertir, no sul da França. Em seguida a uma série de ligações amorosas, ele finalmente casou-se pela segunda vez (Jacqueline Roque, 1961) e levou uma vida cada vez mais retirada. Artisticamente prolífero, até o fim da vida, morreu aos 91 anos, em 8 de abril de 1973.







“O que faz de Picasso um Picasso?”



“Picasso inventou novas maneiras de representar as coisas. Ele trabalhou em diversos estilos.
Picasso mostrou objetos de vários ângulos ao mesmo tempo, muitas vezes combinando uma vista de frente com outra de perfil.
Formas e cores exageradas e distorcidas transmitem emoção.
Picasso, com freqüência, simplificava as coisas que via, em formas básicas, como círculos e triângulos.
Picasso usou contornos pretos e nítidos, ás vezes com cores fortes. ”(MÜHLBERGER, 2000, p48)


“Pablo Picasso, Declaração, 1923.


Mal consigo compreender a importância dada à palavra pesquisa em relação à pintura moderna. Em minha opinião, a pesquisa nada significa em pintura. Encontrar, eis a questão. Ninguém está interessado em seguir um homem que, com os olhos fixos no chão, passa a vida procurando a carteira que a sorte devia colocar no seu caminho. Aquele que encontra alguma coisa, não importa o quê, mesmo que sua intenção não fosse procurá-la, pelo menos provoca a nossa curiosidade, se não a nossa admiração.
Entre os vários pecados que fui acusado de cometer, nenhum é mais falso do que dizer que tenho como objetivo principal de meu trabalho, o espírito da pesquisa. Quando pinto, meu objetivo é para mostrar o que encontrei, e não o que estou procurando. Na arte, as intenções não bastam e, como dizemos em espanhol, o amor deve ser provado pelos fatos, e não por argumentos. O “que conta é o que fazemos, e não o que tivemos a intenção de fazer.” (PICASSO, 1923, apud CHIPP, 1996, PP 266, 267).

Não deixe de: Assistir o filme Os amores de Picasso com o ator Anthony Hopkins que conta a fase do romance de Picasso e Françoise.






















TEXTO 5

ADONIRAN BARBOSA (1910 – 1982).

Informações extraídas do site: www.mikkolee.hpg.ig.com.br/adoniran.htm



João, sétimo filho de Fernando e Ema Rubinato, imigrantes italianos de Veneza, que se radicaram em Valinhos. A verdadeira data de nascimento de Adoniran foi 06/07/1912, que foi “maquiada” para que ele pudesse trabalhar ainda menino. Muda-se para Jundiaí, SP, e começa a trabalhar nos vagões de carga da estrada de ferro, para ajudar a família, já que só conseguia ser convencido a freqüentar a escola pela vara de marmelo empunhada por D. Ema. É entregador de marmitas, varredor etc. Em 1924, muda-se para Santo André, SP. Lá é tecelão, pintor, encanador, serralheiro, mascate e garçom. No Liceu de Artes e Ofício aprende a profissão de ajustador mecânico. Aos 22 anos vai para São Paulo, morar em uma pensão e tentar ganhar a vida. O rapaz João Rubinato já compõe algumas músicas. Participa do programa de calouros de Jorge Amaral, na Rádio Cruzeiro do Sul e após muitos gongos, consegue passar com o samba FILOSOFIA, de Noel Rosa. O ano é 1933 e ele ganha um contrato passando a cantar em um programa semanal de 15 minutos, com acompanhamento de regional. Em 1933 passa a usar o nome artístico de Adoniran Barbosa.
Em 1934 compõe com J.Aimberê, a marchinha DONA BOA que venceu o concurso carnavalesco organizado pela Prefeitura de São Paulo, no ano seguinte. O sucesso dessa música levou-o a decidir casar-se com Olga, uma moça que namorava já há algum tempo. O casamento durou pouco menos de um ano, mas é dele que nasce a única filha de Adoniran: Maria Helena.
Em 1941 foi para a Rádio Record, onde fez humorismo e rádio-teatro, e só sairia com a aposentadoria, em 1972. Foi lá que criou tipos inesquecíveis como Pernafina e Jean Rubinet, entre outros. Sua estréia no cinema se dá em 1945 no filme PIF-PAF.
Em 1949 casa-se pela 2ª vez com Matilde de Lutiis, que será sua companheira por mais de 30 anos, inclusive parceira de composição em músicas como PRÁ QUE CHORAR? e A GAROA VEM DESCENDO.
Seu melhor desempenho no cinema acontece no filme O CANGACEIRO (53), de Lima Barreto, na Vera Cruz. Compõe inúmeras músicas de sucesso, quase sempre gravadas pelos Demônios da Garoa. A música MALVINA E JOGA A CHAVE foram premiadas em concursos carnavalescos de São Paulo. Destacam-se SAMBA DO ERNESTO, TREM DAS ONZE, SAUDOSA MALOCA etc.
Em 1955 estreou o personagem Charutinho, seu maior sucesso no rádio, no programa História das Malocas, de Oswaldo Molles. Participou também, como ator, das primeiras telenovelas da TV Tupi, como A pensão de D. Isaura. O reconhecimento, porém, vem somente em 1973, quando grava seu primeiro disco e passa a ser respeitado como grande compositor. Vive com simplicidade e alegria. Nunca perde o bom humor e seu amor por São Paulo, em especial pelo bairro do Bixiga (Bela Vista), que ele, sem dúvida, consegue retratar e cantar em muitas músicas suas. Por isso, Adoniran é considerado o compositor daqueles que nunca tiveram voz na grande metrópole.



FILMOGRAFIA:
1945 – Pif – Paf; 1946 – Caídos do Céu; 1950 – A Vida é uma Gargalhada; 1952 – O Cangaceiro; 1953 – Esquina da Ilusão; 1954 – Candinho; Mulher de Verdade; Os Três garimpeiros; 1955 – Carnaval em Lá Maior; A Carrocinha; 1956 – Pensão da Dona Estela; A Estrada; 1961 – Bruma Seca; 1973 – A Superfêmea; 1977 – Elas São do barulho.



CURIOSIDADE: “Adoniran havia percebido que um velho hotel da Rua Aurora, o Albion estava abandonado e logo seria demolido, mas havia sido ocupado por marginais – “marginais na boa expressão da palavra”, frisava. Adoniran acabou fazendo amizade com um desses sem- teto ou, como se dizia então, “maloqueiros”, moradores de malocas, “residentes” do antigo Albion. Seu nome era Mário, bem mais conhecido como Mato Grosso. Uma noite, Adoniran saiu para um passeio com Peteleco, seu cachorro de estimação. Passando em frente às ruínas do Albion, encontrou-se com Mato Grosso, que lhe deu a notícia: logo perderiam o lar, pois o prédio seria demolido. Condoído com a sorte de Mato Grosso e seus companheiros de Maloca, Adoniran, ao voltar para casa, compôs o samba todo, de uma vez só. (MUGNANI, 2002).


TEXTO 6

Ludwig van Beethoven (1770- 1827)

INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO SITE: www.projetomusical.com.br/compositores.


Ludwig Van Beethoven nasceu em 17 de dezembro de 1770, na cidade de Bonn, na Alemanha, à beira do Reno. Seu pai, Johann Van Beethoven, era músico Johann, que já havia perdido vários filhos, só tinha uma ambição: que seu filho Ludwig fosse um novo Mozart.
Desde pequeno, fez o filho estudar música, a ponto de fazê-lo negligenciar outros estudos, apenas para poder exibí-lo como um novo prodígio na Europa, tal como Mozart, anos antes. Para tanto, deixou o ensino musical do filho confiado ao professor Christian Gottlob Neefe, organista da corte de Bonn. Extravagante, entregue ao álcool, o pai de Ludwig forçava-o a tocar nas horas mais estranhas, muitas vezes tirando o menino da cama, de madrugada, para exercitar-se ao piano.
A primeira ocupação oficial de Beethoven foi como assistente de Neefe, cumprindo as funções de organista e tocando na orquestra do príncipe eleitor, Maximiliano Francisco. Aos 17 anos, viajou para Viena, onde parece ter-se encontrado com Mozart, embora não esteja provado que chegou a tomar aulas com ele. Embora pretendesse ficar em Viena, a morte de sua mãe levou-o de volta a Bonn.
A família de Beethoven, nessa época, estava em franca decadência. Seu pai, vencido pelo alcoolismo, mantinha-se autoritário, irascível e violento. Seus irmãos, Karl e Johann, que ainda dariam muito trabalho à Beethoven, eram pequenos. Ludwig tomou a frente da situação, requerendo as autoridades metade do salário de seu pai, para poder sustentar os irmãos.
Nos anos seguintes, Beethoven trabalhou na orquestra do príncipe, escrevendo obras encomendadas pela nobreza local e reforçando, desse modo, seus vínculos com a aristocracia. Entre amigos, estava o conde de Wallenstein, que muito contribuiria para o sucesso de Beethoven.

Viena

A palavra do conde, por exemplo, teve influência na decisão de Beethoven, aos 21 anos, de partir para Viena a fim de estudar com Haydn. Chegava, dessa maneira, à sua segunda e definitiva cidade. Os estudos com Haydn duraram pouco tempo, e Beethoven estabeleceu-se na capital austríaca como concertista e compositor, ao mesmo tempo em que prosseguia seus estudos musicais com outros professores.
Jovem, respeitado como um bom músico, tudo se encaminhava para que Beethoven se tornasse mais um dos inumeráveis compositores que viviam em Viena, na mesma época. Todavia, algo se abatia sobre o jovem compositor: ele estava ficando surdo.
A partir daí, surge o Beethoven, quase mítico que conhecemos. O drama da surdez, que o músico procura esconder a princípio, ganha proporções assustadoras na vida do jovem, quando descobre que seu mal é incurável. Pouco a pouco, afasta-se do convívio social, no auge de sua fama, passando a viver como compositor e professor. È dessa época o famoso Testamento de Heilligenstadt, no qual Beethoven afirma sua convicção na música como a única redentora de todos os males. È o legado metafísico de um homem desencantando com o mundo, mas ao qual não pode subtrair-se, pois tem consciência de suas tarefas. E, paradoxalmente, sua fama, já nessa época, considerável, aumenta a cada obra sua que é publicada.
A vida particular, por outro lado, parece afastar-se cada vez mais da esperança de felicidade. Seus vários relacionamentos amorosos terminam de maneira mais ou menos dolorosa, deixando profundas marcas no espírito do compositor, que se vê envelhecer antes do tempo. Os nomes se sucedem, imortalizados nas obras que o mestre lhes dedicou: Julie Guiccardi, Therese e Josephine Von Brunswick, Bettina Brentano e muitas outras, cuja paixão do solitário músico inspirava mais compaixão do que verdadeiramente amor. Há, neste particular, uma curiosidade: quem terá sido a “amada imortal”, a quem Beethoven dedicou uma belíssima carta de amor que nunca foi entregue?
Beethoven não se deixa abater. Decide “segurar o destino pelo focinho”, segundo suas próprias palavras. Nasce o mito do herói que luta com sua arte, através das dificuldades, para satisfazer seu próprio ideal estético.
Artistas de todo o mundo vinham conhecê-lo, trazendo partituras para que ele lhes desse um parecer. Rossini, Liszt e Schubert, entre outros, foram recebidos com cordialidade e afabilidade pelo músico.
Ao mesmo tempo, suas composições, criadas sem a menor preocupação em respeitar as regras, até então seguidas, são aclamadas. Beethoven inaugura a tradição do compositor livre, que escrevia música para si, sem estar vinculado a um príncipe ou a um nobre. Tudo, em Beethoven, traz a marca da liberdade: era solitário, não tinha vínculos e responsabilidades com ninguém, senão consigo mesmo.
Tal situação somente se alterou com a morte de seu irmão Karl, que o havia nomeado tutor do sobrinho do mesmo nome. O processo que Ludwig disputou com a cunhada pela guarda do sobrinho foi o primeiro de uma série de desgostos que o acompanhariam pelo resto de sua vida, culminando com a tentativa de suicídio de seu sobrinho, anos depois.
A surdez de Beethoven piorava Um de seus concertos em Viena, justamente na estréia de sua Quinta Sinfonia, foi um fiasco total. O músico, sem distinguir uma só nota, insistiu em reger a orquestra, que, desorientada, não conseguiu tocar bem a partitura.


No final, o triunfo.

Em 1823, Beethoven colocou o ponto final em uma obra que lhe demandara mais trabalho, e que lhe era das mais caras: A Nona Sinfonia. Preocupado com a possível má recepção do público vienense, Beethoven pretendia estreá-la em Berlim. A notícia sabe-se lá como, foi espalhada pela cidade. Imediatamente as cabeças pensantes de Viena endereçaram um pedido, quase uma súplica, para que ele estreasse sua obra lá.
Foi programado um concerto, no Kärtnetor- Theater, em 7 de maio de 1824. Além da IX Sinfonia, foram apresentados trechos da Missa Solene e outras obras. Beethoven foi dissuadido de aceitar a regência, mas teve direito a um lugar especial junto ao maestro.
Ainda no terceiro movimento da sinfonia, irromperam palmas. Terminado o quarto movimento, o triunfo: a platéia vienense o aclamava. Entrementes, Beethoven não ouvia nada, observando calmamente a partitura da sinfonia. Foi preciso que um contralto, Caroline Unger, o tomasse pela manga e lhe mostrasse o público delirante.
Depois desse triunfo, Beethoven ainda compôs suas obras mais complexas, os últimos quartetos de cordas, muito apreciados na virada do século. Sua saúde, porém, começava a se deteriorar. Em 1827, no dia 26 de março, às 17h45, durante uma tempestade, Beethoven morreu vitimado por cirrose crônica.
Beethoven é considerado um dos maiores compositores da cultura ocidental. Suas obras mais importantes compreendem 9 sinfonias; 7 concertos; 5 para piano, 1 para violino e 1 tríplice concerto para piano, violoncelo e violino; 16 quartetos de corda; 32 sonatas para piano;10 sonatas para violino e piano; 5 sonatas para violoncelo e piano;1 ópera, Fidélio; 2 missas e Missa Solene, opus 123; várias aberturas e numerosas variações para piano.

NÃO DEIXE DE: Assistir o filme Minha Amada Imortal (1994), Direção de Bernard Rose, que mostra a vida e obra de Beethoven, com sua história de amor vivenciada durante o Império Napoleônico.
E não deixe de ouvir, de Beethoven, A Sexta Sinfonia, op68, conhecida também por Pastoral e a Nona sinfonia, op125!

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